quarta-feira, 23 de julho de 2008

NOSSO PAÍS, NOSSA CASA


Francisco Miguel de Moura*

Leio notícia de que a China, essa potência mundial nascente, ou melhor, esse gigante adormecido que acorda, está de acordo com o Protocolo de Quioto, com relação à proteção da natureza, para buscar todos os meios possíveis de diminuir a poluição e a destruição da natureza. Difere, portanto, da outra grande potência – América do Norte - que teima em não aceitar essas condições, para impunemente continuar a sujar não somente a Terra por dentro, como o seu entorno, com os mais absurdos engenhos mandados ao espaço, que aqui e acolá voltam à atmosfera e caem como perigo permanente sobre nossas cabeças. Pelas notícias, a China já mandou fechar muitas indústrias que desrespeitam as leis de proteção ambiental.

Como bons políticos, os chineses querem cuidar antes do bem comum. Diferentes daqueles que só cuidam em enriquecer, em primeiro lugar ou exclusivamente, e trabalhar para sua família, seus parentes, esquecendo que ser político é ser homem público, esquecendo que o poder não tem sentido se não se volta para o benefício de muitos, especialmente do cidadão comum, do país como um todo, da nossa casa geral como o universo – portanto, sem descuidar dos planos ecológicos, da preservação do meio-ambiente, do respeito para com a natureza.

Fazer boa política é organizar o povo para por si mesmo se dirigir na maioria das ações de sua vida e da vida da comunidade. Cidadania quer dizer não apenas que o cidadão seja o dono do seu próprio nariz, com liberdade para dizer e fazer o que quiser, mas consciente de que pagará por seus erros, suas ações, e se forem contra a lei nunca ficarão impunes. O cidadão é o principal interessado na resolução de seus problemas, dos problemas do seu país, da sua comunidade e da comunidade internacional.

Justiça, saúde, segurança e muito mais são atributos da cidadania, mas esta nunca vem de graça. A política que não se interessa por esses problemas é uma negação da política. Não há boa política com mentiras, nem com ódio aos adversários, nem com o compadrio com eles, nem com a adulação ao eleitor, nem com a troca de favores. O político tem que ser pessoalmente impassível. Embora seja duro tal comportamento, é o que melhor condiz com a ética de quem responde pelo bem público, de uma forma ou de outra.

Grandes empresários se metem a políticos simplesmente para defenderem os interesses próprios de suas empresas, não pensa nem um pouco no bem comum. É a contrafação do político. A política dever ser um sacerdócio.

Mas onde encontraremos políticos assim?

Se ela é um exercício do poder, deveria ser o mais nobre por cuidar do interesse de milhões, de milhões, por responder não somente por seu país mas saber que os reflexos dos seus atos chegarão aos confins da terra, onde homens trabalham e anseia por uma vida com qualidade.

Mas onde encontrar tais políticos.

Nosso país, nosso planeta, nossa casa, nossa pátria são bens herdados por todos os que nascem, vivem e crescem, e precisam ser conservados a todo custo.

Políticos, no sentido amplo, como Jesus e Gandhi, como Martin Luter King e como o Papa João XXIII são poucos. Condutores dos anseios do povo verdadeiramente dignos do nome. Eles precisam ser lembrados sempre, para que a humanidade possa ter mais esperanças e esquecer um pouco as barbaridades de um Stalin, de um Mussolini, de um Hitler e até de um Bush, na atualidade.

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*Francisco Miguel de Moura contista, poeta, e-mail: franciscomigueldemoura@superig.com.br

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