O TEMPO DOS OLHOS
Francisco
Miguel de Moura*
Não senti o olhar de hoje,
o que passou ou o que vem.
- Com noites desencontradas,
Não há mais o que é “vai -e- vem”.
Quero me cuidar de mim,
mas veio o tempo das dores,
procurando ancoradouros
que já sumiram, sem fim.
Quando eu olho para o ontem,
só vejo um olhar mirrado
de pássaro desencantado,
sem tempo, sem amanhãs,
caindo de asas quebradas,
na escuridão das estradas,
sem pouso, sem salvação.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta.
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