EXERCÍCIO ESPIRITUAL
Francisco Miguel de Moura*
Por que não fico uma horinha
comigo
Para fazer contas das minhas
cotas?
Tenho medo de mim, sim? Não?
Tenho medo do mundo que eu
cerco.
Que fraqueza! Ou será isto? Ou
será mais
Desconhecer a Deus que em mim
palpita?
Completo não és, contenta-te
velho Chico,
Chico humano, fardo humano,
cisco humano!
- E se sou um ponto divino,
A quem devo dar graças por que
sou?
Devo alegrar-me comigo!
Pular, dançar, gritar, falar
e...
Vou falhar no turvo cinza do
meu mundo.
E se as forças de corpo e
alma descontínuas
Barulham no terreiro em busca
de uma estrela,
Eis quanto a minha parte em
Deus está sumindo
Ainda assim uma estrela pisca,
pisca
Distante e me alivia, e me
alumia.
É Deus nas viagens do meu(verso).
Vem a minha alma, ao meu
corpo,
Vem-me por inteiro, Espírito
que anima
Do que existe e do quanto vai
embora
pelo espaço, eternamente.
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