DELÍRIO
Francisco
Miguel de Moura*
Nada fazer - final que não existe.
No nada é que eu não fico
para não perecer inutilmente.
Todas as coisas são feitas,
o delírio, um futuro sem luta
um amor em degredo.
A alma não vale a vela que se apaga.
Assim me viro com palavras loucas,
minhas mãos misteriosas nos desejos.
Deus é homem, espírito quando faz.
Só o Demônio rirá por seu avesso,
orgulho de fazer quando é desfeito
nas mãos dos anjos malcriados...
Então, me centuplico em suspiros e sopros,
enquanto o Diabo e o Nada se gargalham.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta. The. 26/09/21
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