domingo, 26 de setembro de 2021

 


DELÍRIO

          Francisco Miguel de Moura*

 

Nada fazer - final que não existe.

No nada é que eu não fico

para não perecer inutilmente.

Todas as coisas são feitas,

o delírio, um futuro sem luta

um amor em degredo.

 

A alma não vale a vela que se apaga.

 

Assim me viro com palavras loucas,

minhas mãos misteriosas nos desejos.

Deus é homem, espírito quando faz.

Só o Demônio rirá por seu avesso,

orgulho de fazer quando é desfeito

nas mãos dos anjos malcriados...

 

Então, me centuplico em suspiros e sopros,

enquanto o Diabo e o Nada se gargalham.   

_____________

*Francisco Miguel de Moura, poeta. The. 26/09/21    

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