segunda-feira, 29 de setembro de 2025

 


POEMA DA INQUIETUDE

               Francisco Miguel de Moura*

 

Ai, que vontade de jogar ao mar

os suspiros presos no ventre,

as dores caladas,

as palavras interditas

e aquelas que não foram ouvidas,

e as trevas que se acenderam

no espírito,

numa estação de raiva e desespero!

 

Que fossem para o fundo profundo

da purificação,

e meu amor nascesse novo,

vindo ninguém sabe donde,                          

de há trilhões de anos.

E a bondade cobrisse

as faces da terra.

Iluminassem o sol e a lua

eclipsando todas as maldades,

ao encontro da verdade do universo...

 

Assim teria um Deus

com quem andar conversas

e arrebanhar presentes

para os futuros homens inquietos.

 

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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro

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