A HORA VAZIA
Francisco Miguel de Moura*
silêncio sem boca nem fundo
esvazia-se no jarro partido.
a beleza da sala chora sem
lágrimas
não tece preto nem branco.
cacos não preenchem o vazio,
são novos buracos cravados
no sangue da mão do menino.
e o vazio inquebrável
como qualquer desvio
da luz e do silêncio não se
move.
nenhuma palavra.
palavras não enchem o vazio
nem a inutilidade dos
desejos.
*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.
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