domingo, 13 de junho de 2021

 DA JANELA

          Francisco Miguel de Moura*

 

Da janela de minha gruta escura

vejo quem passa em busca do destino.

Eu que, de humano, penso ser menino,

retrato do que fui. Quem me segura?

 

Como sair desta caverna antiga

de mim, tão só, por isto o meu desprezo?

Um ser livre. Mas sinto que estou preso

a sofrer, solitário, a velha intriga

 

de que primeiro eu fui apenas barro.

Depois um ser estranho e tão bizarro

me soprou pela a venta a luz do amor.

 

Mas me perdi, medroso, sem ver claro

um outro ser, irmão, a mim tão caro,

quanto estranho e que sofre a mesma dor.

                         **

                       The. 12 de junho de 2021

*Francisco Miguel de Moura, o poeta de sempre

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