Francisco Miguel de Moura*
Da janela de minha gruta escura
vejo quem passa em busca do destino.
Eu que, de humano, penso ser menino,
retrato do que fui. Quem me segura?
Como sair desta caverna antiga
de mim, tão só, por isto o meu desprezo?
Um ser livre. Mas sinto que estou preso
a sofrer, solitário, a velha intriga
de que primeiro eu fui apenas barro.
Depois um ser estranho e tão bizarro
me soprou pela a venta a luz do amor.
Mas me perdi, medroso, sem ver claro
um outro ser, irmão, a mim tão caro,
quanto estranho e que sofre a mesma dor.
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The. 12 de junho de 2021
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