terça-feira, 10 de junho de 2008

BIOGRAFIA - FRANCISCO MIGUEL DE MOURA




Francisco Miguel de Moura*
Por ele mesmo







Nasceu em Francisco Santos-PI (outrora “Jenipapeiro”, município de Picos, sertão do Piauí), aos 16 de junho de 1933. Estudos primários com seu pai; ginasial e contabilid
ade, em Picos, onde casou e fixou residência por alguns anos. Formado em Letras pela Universidade Federal do Piauí e pós-graduado na Universidade Federal da Bahia, em Salvador, onde residiu cerca de 3 anos. Funcionário aposentado do Banco do Brasil. Mestre-escola como seu pai, funcionário público municipal (escrivão de Polícia), radialista, professor de língua e literatura, cujas atividades não mais exerce. Dedica-se exclusivamente a ler, escrever, fazer palestras e brincar com os netos.

Colabora nos diversos jornais de seu Estado, entre os quais “O Dia”,Diário do Povo” e “Meio Norte”; nas revistas “Literatura”, de Brasília (hoje editada em Fortaleza), “Poesia para todos”, do Rio; “LB - revista da literatura brasileira”, São Paulo; “Almanaque da Parnaíba”, “De Repente”, “Revista da Academia Piauiense de Letras”, Cadernos de Teresina” e “Presença”, de Teresina. É também colaborador permanente dos jornais “Correio do Sul”, Varginha, MG; “Diário dos Açores”, das Ilhas dos Açores e “O Primeiro de Janeiro” (Suplemento Cultural “das Artes das Letras”), de Porto, Portugal. Ultimamente, vem sendo editado pelas revistas “Lea” e “Clarín”, editadas na Espanha; “Pomezia-Notizie”, Itália; e “Jalons”, na França.

É sócio efetivo da União Brasileira dos Escritores e da Academia Piauiense de Letras, e membro-correspondente da Academia Mineira de Letras e da Academia Catarinense de Letras.

Por força de sua atividade como funcionário do Banco do Brasil, morou na Bahia e no Rio, e por último em Teresina, onde concebeu e publicou a maioria de suas obras.

OBRA: POESIA

Estreou-se na poesia, em 1966, com o livro “Areias”, editora Correio de Timon Ltda. Timon - MA, 1966. Publicou depois “Pedra em Sobressalto”, Rio, 1972; “Universo das Águas”, Teresina, 1979; “Bar Carnaúba”, Teresina, 1983; “Quinteto em mi(m)”, Rio, 1986; “Sonetos da Paixão”, Teresina, 1988; “PoemasOu/tonais”, Teresina, 1991; “Poemas Traduzidos”, Teresina, 1993; “Poesia in Completa”, Teresina, 1998 (comemorando os 30 anos de “tensa comunhão com a palavra”, no experiente dizer da Profª Nelly Novaes Coelho); Vir@gens, Rio, 2001, “Sonetos Escolhidos”, Rio, 2003, “Antologia”, Teresina, 2006, e Tempo contra Tempo”, Teresina, 2007 (este em co-autoria com Hardi Filho), tudo isto na área da poesia. Participou da antologia “A Poesia Piauiense do Século XX”, organizada por Assis Brasil, e de outras antologias poéticas editadas do Nordeste, Sul e Centro-Oeste do Brasil, assim como de outras do exterior (Estados Unidos, França, Cuba e Portugal).

OBRA: PROSA

Em prosa é autor de “Os Estigmas” (1984, reeditado em 2004), “Laços de Poder” (1991), “Ternura” (1993) e “D. Xicote” (2005), com o qual ganhou o prêmio Fontes Ibiapina em 2003, prêmio que, aliás, já lhe tinha sido conferido pela Fundação Cultural do Piauí ao romance “Laços de Poder”, nos idos de 1980. Praticou também o conto inovador em “Eu e meu Amigo Charles Brown” (1986), “Por que Petrônio não Ganhou o Céu” (1999) e “Rebelião das Almas”, 2001. É cronista (E a Vida se Fez Crônica, 1996) e crítico literário de renome (Linguagem e Comunicação em O. G. Rego de Carvalho, 1972/1997, 1ª e 2ª edição, respectivamente; A Poesia Social de Castro Alves, 1979, e Moura Lima: Do Romance ao Conto, 2002), tendo recebido prêmios em todos os gêneros literários que vem produzindo. Além desses, devem ser considerados na mesma área “Piauí: Terra, História e Literatura” (1980), “Literatura do Piauí” (2001) e uma biografia de seu pai, “Miguel Guarani, Mestre e Violeiro”, (2005).

INÉDITOS:

São ainda inéditos, esperando publicação, quatro livros de poemas: “Itinerário de Passar a Tarde”, “O Coração do Instante”, “A Casa do Poeta” e “A Cor, as Cores”, dois livros de crônicas: um sobre a infância – o qual também poderia ser chamado romance-memória – com o título de “O Menino quase Perdido” , outro com o título de “E a Vida se Fez Cômica e um romance com título provisório de “O Crime Perfeito”.

CONCLUSÃO:

A obra de Francisco Miguel de Moura recebeu enorme manifestação da crítica, vinda de escritores de todo o país, inclusive críticos literários como João Felício dos Santos, Fábio Lucas, Nelly Novaes Coelho, Rejane Machado, cujo material foi reunido em dois volumes já publicados: “Um Canto de Amor à Terra e ao Homem” (Editora da Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2007) e “Fortuna Crítica de Francisco Miguel de Moura” (Edições Cirandinha, Teresina-PI, 2008).

Chico Miguel ama as artes, a poesia (literatura) especialmente – pelo trabalho que realiza com a palavra; ama o ser humano (o “eu” e o “outro”) e a natureza, quase como se fosse uma religião sem dogmas. Enquanto as religiões e a ciência são, de certa forma, indiscutíveis, incontestáveis, despóticas, portanto, a arte é humilde e trabalha em torno da humanização do homem, que ainda está bem longe. Talvez essas sejam as razões do seu agnosticismo.

POEMAS de FRANCISCO MIGUEL DE MOURA:

A JÓIA RARA



Luz e sombra dão na mesma cor
dos olhos e do carinho.
Dizem que amor não some,
renasce do lodo, mansinho.

Mas preciso agora escutá-lo,
não abandono o que ganhei,
neste momento, sobretudo,
quando tentam riscar o passado.

Lábios e corações, ó, não se fechem,
os olhos têm a última esperança.
Que reste sempre um fio de cabelo
no tempo de cada um, nas entranhas.

Um vintém de qualquer aventura
para os que não conseguem
nessa margem se perder.


A PARTIDA


Na partida, os adeuses, gume e corte
dos prazeres do amor, quanto tormento!
Cada qual que demonstre quanto é forte,
lábios secos mordendo o sentimento.

Do ser brotam soluços a toda hora,
as faces no calor do perdimento,
olhos no chão, no ar, por dentro e fora,
pedem aos céus a força e o alimento.

Ninguém vai, ninguém fica, se reparte
no transporte que liga e que desliga!
Confusão de saber quem fica ou parte.

Não se explica tamanha intensidade
amarga, e doce, e errante, que interliga
os corações perdidos de saudade.


QUERENÇAS



Quero ter a vaidade dos caminhos:
dão passagem mas pouco dão abrigo.
Quero ter o orgulho do tufão,
Quero ter a tristeza do jazigo.

Quero sentir da tarde a lassidão
e a solidão da noite no deserto,
das pobrezinhas flores – o perfume,
como as nuvens – ficar no céu aberto.

Quero ter emoções de amor secreto,
sentir como se sente uma paixão,
pra cantar glórias e chorar amores.

Quero viver do ideal concreto,
quero arrancar de mim o coração,
incapaz de conter todas as dores.


A BUSCA


É mal-cheirosa a flor,
o espinho não fura...

Ninguém é sincero
nas linhas da lei
ou em notas guturais.

Contra o absurdo,
nos fingimos de mudos,
abraçando o obscuro,
crispando o queixo.

É preciso ir ao fundo
do fundo das partes
da coisa e do homem,
e sentir no que morre
o que não morre atrás.

A busca tem sinal do advir,
na inutilidade do presente.

_____________________
*Francisco Miguel de Moura (o próprio, conhecido também por Chico Miguel) é o poeta biografado. Nasceu no Brasil. Mora em Teresina, Piauí. E-mail: franciscomigueldemoura@superig.com.br

3 comentários:

CHIICO MIGUEL disse...

Quem comentar esta postagem e quiser saber mais sobre Francisco Miguel de Moura, basta acessar:
http://abodegadocamelo.blogspot.com
http://franciscomigueldemoura.blogspot.com

atenciosamente

Unknown disse...

Boa noite
O senhor tem algum livro que trate mais especificamente do rio Riachão?
Parabéns pelo belos trabalhos escritos!

CHIICO MIGUEL disse...

Não, não tenho. Em poesia, tenho um soneto que fala nele, o Rio Richão

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